República Café Com Leite- 2° parte- 1900/1030
As
Contradições Políticas da República Café com Leite
O
crescimento urbano ocorrido no Brasil durante o final do Século XIX e início do
Século XX, aliado ao desenvolvimento industrial, colocou em cena dois personagens
antagônicos: o proletariado e as elites agrárias e burguesas.
Os
proletários e a classe média urbana sofriam com a inflação, a falta de moradia
e o descaso das classes políticas, envolvida com os interesses dos
cafeicultores. A insatisfação é geral, desde os anos de 1910 ocorrem inúmeros
embates entre trabalhadores e governo.
Trabalhadores
em luta: o desenvolvimento industrial aumentou o número de operários, dando
peso social e político aos trabalhadores. Houve organização nos sindicatos, que
lutavam por melhores salários e condição de vida dos trabalhadores. Assim,
nasce no Rio de Janeiro a COB(Confederação Operária do Brasil), fundada em 1908
pelos anarquistas.
Não
havia nenhuma legislação trabalhista, e a luta era por melhores condições de
trabalho, melhores salários, aposentadoria, férias, jornada de 8 horas diárias
e auxílio doença.
Algumas
greves ocorreram neste período, a mais significativa foi a 1912, em SP. Porém
para o governo, problema social era caso de polícia, e a grande maioria dos trabalhadores
era presa, deportados ou assassinados.
Movimento
Tenentista: os militares que foram os propulsores da República, mas aos poucos foi
perdendo espaço no cenário político para os cafeicultores.
Na
década de 1920, houve uma inversão na forma de atuação dos militares. O
movimento encabeçado por jovens oficiais das Forças Armadas: o tenentismo. Com
o lema “representação e justiça”, esses jovens exigiam mudanças na política,
pois somente os cafeicultores e pecuaristas
dominavam os interesses do país. As ações mais importantes do movimento
foram:
Os
Dezoito do Forte- RJ /1922: em julho de 1922, jovens oficiais e soldados do
Exército rebelaram-se no Forte de Copacabana. Cercados por tropas leais ao
governo, dezoito deles, saíram de arma na mão rumo ao Palácio do Catete.
Juntou-se a eles um grupo de civil. As forças leais abriram fogo, e somente
dois tenentes sobreviveram, os tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes.
Vinte
e Três Dias de Rebelião-SP/1924: Dois anos após o episódio em Copacabana,
unidades do Exército e da Polícia rebelaram-se em SP. Os rebeldes ocuparam o
palácio do Governo, causando a fuga do governador. Eles exigiam a renúncia do
Presidente Arthur Bernardes. Para evitar um bombardeio à cidade, os rebeldes
deixaram o palácio do Governo e juntaram-se aos rebeldes do RS.
Rebelião
no Rio Grande do Sul: Em 1924, tropas aquarteladas em Uruguaiana, São Borja e
Santo Ângelo tentam tomar o poder no Rio Grande do Sul, lideradas por Luis
Carlos Prestes e Siqueira Campos. Depois de vários combates, os rebeldes se
retiram para Foz do Iguaçu.
Coluna
Prestes: Cerca de 1.600 homens liderados por Luis Carlos Prestes percorre 24
mil km no sertão do Brasil entre 1925-1927, numa guerra de movimento contra o
governo, sem nunca serem derrotados. A Coluna acabou tento contato com os
cangaceiros e a dura realidade do sertão nordestino do país, Prestes ganha o
apelido de Cavalheiro da Esperança.
A
Coluna se desfaz na Bolívia e Prestes segue para Rússia, aonde acabou se
tornando um membro do Partido Comunista.
A
Revolução de 1930
Em
1929, Washington Luís, então presidente do Brasil, lançou como sucessor outro
paulista, Julio Prestes. Essa candidatura rompia com o acordo SP-MG, pois será a vez de um candidato mineiro.
A
reação dos mineiros, foi se aliar ao grupo do Rio Grande do Sul e à Paraíba,
formando a Aliança Liberal, cujos nomes eram de Getúlio Vargas e João Pessoa.
Era
esse o quadro político do Brasil, enquanto o mundo vivia a crise de 1929.
Washisgtom Luís não adotou nenhuma medida salvadora para os cafeicultores
paulistas, o que fez perder apoio nas eleições. Por outro lado, o programa da
AL, era inovador. Prometia atender as reivindicações dos trabalhadores,
anistiar os tenentes e modernizar a vida pública, adotando o voto secreto.
Assim, Vargas recebe apoio de boa parte da sociedade.
Mas
valendo-se do uso da fraude, Julio Prestes é eleito em março de 1930. Em julho
é assassinado na Paraíba, João Pessoa. O crime nada teve a ver com política,
mas a AL capitaneou o acontecido e iniciou-se um movimento no Rio grande do
Sul, Paraíba, Minas Gerais e Pernambuco. O único que ficou de fora foi Luís
Carlos Prestes, que a essa altura já era marxista e regava a revolução armada.
Em 3
de novembro de 1930, Getúlio Vargas chegam ao Rio de Janeiro, e com o apoio do
Exército depões Washigton Luís, Julio Prestes estava na Europa, fechando acordo
para seu mandato, e não pode retornar ao país. Chegava ao poder Getúlio Vargas,
e nele permanecerá até 1945.