quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Brasil pós Guera 3 ano

O BRASIL NO PÓS GUERRA

Após a deposição de Getúlio Vargas em 1945, o Brasil passará por um curto período de suposta democracia, já que dentro da lógica da guerra fria, o Partido Comunista ficará na clandestinidade a partir de 1947.
Este período será marcado pelo populismo, não só no Brasil mas, em toda América Latina.
* Populismo: fenômeno político que marcará a América Latina por quase todo século XX. Consiste no aliciamento das classes mais baixas, com programas  de ajuda imediata, que não são capazes de fornecer o crescimento dessas classes e sua saída da eterna dependência de programas “sociais”.
No Brasil, os governos que se seguiram foram todos populistas.

1946/1950- Eurico Gaspar Dutra: governa no início da guerra fria, em 1947 rompe relações diplomáticas com a URSS, e coloca o PCB na clandestinidade. Dutra intervém diretamente nos sindicatos, proibindo greves, não atende as necessidades do trabalhador rural, que como forma de luta cria as Ligas Camponesas, brigando pela reforma agrária.

1950/1954- Getúlio Vargas: a volta triunfal de Vargas ao poder, como presidente eleito pelo maior número de votos até hoje da história brasileira. Entre 1950 e 1951, Vargas adota inúmeras medidas para o país crescer. Para tanto cria o BNDE (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico), com o objetivo de aplicar os recursos públicos na pequena e média empresa.
Entre 1952 e 1953, descobrem-se às primeiras reservas de petróleo no Brasil, os americanos tentam se apoderar dessa fonte de riqueza, mas a campanha pelo petróleo é nosso, ganha força e Vargas funda a Petrobrás. Desagrada os americanos, que iniciam então uma campanha para derrubá-lo do poder.
O ano de 1953, é marcado por forte oposição da UDN (União Democrática Nacional), partido ultraconservador, que apóia os interesses americanos no Brasil, ao governo Vargas. Além disso, a oposição acusa Vargas de dar grande apoio à classe trabalhadora, o que faz crescer a influencia do PCB no campo trabalhista. O principal opositor é o jornalista Carlos Lacerda, que sofre um atentado em Copacabana. Todas as evidências do atentado recaem sobre Getúlio Vargas Não vendo outra alternativa,Vargas suicida-se em 24 de agosto de 1954.

1954/1956- Café Filho: vice de Getúlio teve grandes problemas para governar, inclusive de saúde, afastando-se inúmeras vezes do cargo, sendo substituído pelo pres. da Câmara. Em 1956, respeitando a Constituição é realizada nova eleição.

1956/1960- Juscelino Kubitschek: JK chega ao poder depois do frágil governo de café Filho, as forças da UDN tentaram um golpe para impedir a posse de JK, mas  o gen. Henrique Lott, ocupou a cidade com tanques de guerra garantindo a posse do presidente eleito.
O governo JK é marcado pelo Plano de Metas, que acelerou a industrialização no Brasil, mas também entregou abertamente a economia ao capital estrangeiro. JK é o autêntico populista. No seu Plano de Metas está incluído setores de energia e transporte, porém no campo nenhuma alteração, a situação é de penúria com os grandes latifundiários dando as cartas. As Ligas camponesas continuam sua luta pela reforma agrária.
A marca do governo JK é a construção da cidade de Brasília, a nova capital federal.

1960/1961- Jânio Quadros: Jânio chega à presidência  com a campanha da vassoura, que visava limpar toda a corrupção do país. Porém, Jânio se aproxima da URSS, e de Cuba, que tinha se tornado socialista em 1959, após a revolução liderada por Fidel Castro e Che Guevara. Guevara é condecorado com a medalha  Ordem do Cruzeiro do Sul, e João Goulart, seu vice, é enviado à China, também comunista, em missão diplomática. Nada disso agradava aos americanos, estávamos em plena guerra fria.
Na política interna, desvalorizou a moeda e congelou salários para conter a inflação.
Com forte oposição no Congresso, Jânio renunciou, sete meses após as eleições.

1961/1964- João Goulart: Goulart estava na China, quando Jânio renunciou. Numa manobra da UDN em conjunto com as forças Armadas, tentaram impedir a volta do vice ao país e sua subida ao poder. No Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, governador do estado e as tropas do Terceiro Exército ameaçou resistir caso  a constituição não fosse respeitada. Desta forma João Goulart pode voltar ao país e assumir a presidência. Porém, o Congresso aprovou a emenda que transformava o país em Parlamentarista.
A idéia não vingou e em 1963, um plebiscito trouxe de volta o presidencialismo ao Brasil.
Jango, não consegue a confiança nem das elites e nem do povo, seu governo é frágil, além de não realizar a tão sonhada reforma de base.
As reformas de base era um conjunto de mudanças que Jango queria impor ao Brasil, tais como: nacionalização de empresas, reforma agrária, reforma na educação, voto aos analfabetos e militares de baixa patente e imposto progressivo sobre a renda. Essas reformas abalariam o poder das elites e nada interessavam aos norte americanos.
No dia 13 de março de 1964, Jango realizou um comício na Central do Brasil, aonde prometeu realizar tais mudanças, em 19 de março, as forças reacionárias promoveram a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Estava lançada as bases para o golpe militar.
Em 31 de março, apoiado pela CIA, o Exército toma a capital do país, depondo o presidente João Goulart, prendendo todos os membros do governo. Estava iniciada a Ditadura Militar no Brasil.


A Era Vargas- 1930-1945/3 ano

O BRASIL DA ERA VARGAS 1930/1945

No campo trabalhista é inegável as mudanças ocorridas neste período. Vargas nomeou Lindolfo Collor para Ministro do Trabalho, e revolucionou a chamada questão social.
Foi formuladas leis que incorporavam antigas reivindicações tais como: Carteira de Trabalho, jornada de 8 horas diárias, férias, aposentadoria, proibição de trabalho noturno para as mulheres e menores de  18 anos e mais tarde a fixação de piso mínimo nacional. Essas medidas foram festejadas pelos trabalhadores. Porém com a mesma mão, Getúlio tirava o direito a sindicatos livres. Em 1931, é adotada a Lei de Sindicalização, pelo qual os sindicatos estavam atrelados ao Ministério do trabalho. Essa medida restringia a autonomia dos sindicatos e os trabalhadores só podiam se filiar aos sindicatos controlados pelo Ministério. É claro que os comunistas e anarquistas foram colocados à margem da luta trabalhista, e classificavam estes sindicatos de pelegos.

Revolução Constitucionalista de 1932

O Governo Provisório chegou ao poder sob efeito da crise de 1929, desemprego, baixa nos preços do café e inúmeras falências.
Para proteger os cafeicultores, o governo comprava e queimava os estoques injetando dinheiro na economia, fazendo com que as fábricas voltassem a produzir. Haverá também diversificação na produção. Assim, em 1933, o Brasil já estará fora da crise.
Mesmo ajudando os cafeicultores, o poder mudou completamente de lugar e os paulistas não estavam satisfeitos com essa mudança.
Em 1932, a pressão por uma Constituição  que desse mais poder aos paulistas era grande, mais Getúlio não se mobilizava. Os paulistas começaram a se mobilizar. Para evitar maiores problemas, Vargas convoca a Assembléia Constituinte, estabelece o voto secreto e o direito ao foto feminino. Mas mesmo assim os ânimos estavam exaltados, em 09 de julho de 1932 eclodiu a Revolução Constitucionalista.
A insurreição contou apenas com o apoio de Minas Gerais, e sangrentas batalhas ocorrem por dois meses. O governo com a ajuda de tropas leais de todos os estados sufocou a revolta.


A Constituição de 1934

Depois dos distúrbios ocorridos em SP, Getúlio é obrigado a promulgar a nova Constituição, e esta fica pronta em 1934. Seus pontos mais importantes são: voto secreto, voto feminino e os direitos trabalhistas. Sem dúvida, esta foi a mais moderna das Constituições apresentadas até então.
Porém, no campo não houve nenhuma mudança, a terra continuava nas mãos de poucos e o poder real com as elites, não ocorria mais a Política dos Governadores, mais os currais eleitorais e as fraudes ainda vão persistir por mais algum tempo.

O Estado Novo 1937-1945

Na Europa, a década de 1930 é marcada pela ascensão do fascismo(Itália) e nazismo(Alemanha), o Salazarismo(Portugal) e o franquismo(Espanha). Todos esses regimes são autoritários, e se originaram na crise de 1929. De outro lado a URSS, com seu comunismo de estado (Stalinismo), foi um momento bastante complicado.
Vargas não era diferente, controlava o estado com mão pesada, as classes médias estavam decepcionadas com revolução de 1930, pois as oligarquias continuavam no poder, e é neste contexto que nasce a AIB(Aliança Integralista Brasileira),organização criada em 1932, sob inspiração fascista, por Plinio Salgado, propunha acabar com os comunistas, anarquistas, judeus e  calar o movimento operário.
Como reposta nasce a ANL(Aliança Nacional Libertadora) em 1935, composta por comunistas e liderada por Luís Carlos Prestes. É lançado um documento reivindicando todo poder a ANL, Vargas não gosta e proíbe a ALN de se manifestar. Na clandestinidade a ANL, tenta um golpe para derrubar Getúlio Vargas, é a Intentona Comunista de 1935. O fracasso é líquido e certo, Getúlio declara estado de Sítio, predendo todos os envolvidos no golpe. Com o apoio dos Integralista, é forjado um  falso plano de dominação comunista-judaica, é o Plano Cohen.
Os membros da ANL são presos e torturados, Olga Benário, esposa de Prestes é enviada a Alemanha Nazista, intelectuais como Jorge Amado e Graciliano Ramos são enviados ao presídio da Ilha Grande.
Está criado o campo para que Getúlio se tornasse um ditador, estendo seu governo até 1945.

O Desenvolvimento industrial e o Brasil na Guerra

No âmbito econômico, as principais características do Estado Novo foi o impulso à industrialização.
Assim, Vargas suspendeu o pagamento da dívida externa, mas manteve as negociações para atrair capitais estrangeiros.
Vargas também joga com os interesses dos norte-americanos na entrada do Brasil na guerra, e com isso Getúlio consegue capitais para a construção de várias empresas.
Essa política teve como elemento a intervenção direta do Estado na intervenção industrial. Assim em 1941, era criada a Cia Siderúrgica Nacional(CSN), em Volta Redonda, em 1942,a Cia Vale do Rio Doce, voltada para a mineração e em 1943, a Fábrica Nacional de Motores.


Fim do Estado Novo

Logo após a eclosão da II Guerra Mundial, o Brasil adotou uma postura de neutralidade, mas Getúlio não escondia sua admiração pelo nazi-fascismo. Porém, após ataques a base militar  norte-americana de Pearl Harbor, no Havaí os americanos entraram na guerra, e exigiam dos países latino americanos o mesmo.
Ao mesmo tempo, o povo exigia a entrada do Brasil na guerra, pois vários navios mercantes brasileiros haviam sido afundados pelos alemães. Assim, mesmo muito a contra gosto, Vargas declara guerra à Alemanha.
A entrada do Brasil na guerra, a partir de 1942, criou uma contradição para o Estado Novo: como uma ditadura pode combater outra, alegando defesa da democracia?
É nesta conjuntura, que Minas Gerais lança um manifesto (Manifesto dos Mineiros), no qual pediam a volta da democracia. Em SP, acontece o Primeiro Congresso dos escritores. Em nenhum dos casos houve repressão.
Em fevereiro de 1945, Getúlio convoca as eleições presidenciais, e em abril os presos de 1935 são anistiados.
Novos partidos criados, como é o caso a UDN(União Democrática Nacional) de extrema direita, ligada aos latifundiáros, PSD(Partido Social Democrata),de centro-esquerda, aglutinava os velhos cafeicultores. PTB(Partido trabalhista Brasileiro) de Vargas e o PCB(Partido Comunista Brasileiro). O Partido Comunista consegue eleger uma bancada, e o senador mais votado é Luís Carlos Prestes.
Com a derrota dos nazistas em maio de 1945, o clima é de euforia. Getúlio tenta mais um golpe, com o slogan “Queremos Getúlio”, manifestantes tomam as ruas, porém o General Góis Monteiro desconfiado que fossem mais uma manobra de Vargas, o depõe do poder. É o fim do Estado Novo.

O BRASIL NO PÓS GUERRA

Após a deposição de Getúlio Vargas em 1945, o Brasil passará por um curto período de suposta democracia, já que dentro da lógica da guerra fria, o Partido Comunista ficará na clandestinidade a partir de 1947.
Este período será marcado pelo populismo, não só no Brasil mas, em toda América Latina.
* Populismo: fenômeno político que marcará a América Latina por quase todo século XX. Consiste no aliciamento das classes mais baixas, com programas  de ajuda imediata, que não são capazes de fornecer o crescimento dessas classes e sua saída da eterna dependência de programas “sociais”.
No Brasil, os governos que se seguiram foram todos populistas.

1946/1950- Eurico Gaspar Dutra: governa no início da guerra fria, em 1947 rompe relações diplomáticas com a URSS, e coloca o PCB na clandestinidade. Dutra intervém diretamente nos sindicatos, proibindo greves, não atende as necessidades do trabalhador rural, que como forma de luta cria as Ligas Camponesas, brigando pela reforma agrária.

1950/1954- Getúlio Vargas: a volta triunfal de Vargas ao poder, como presidente eleito pelo maior número de votos até hoje da história brasileira. Entre 1950 e 1951, Vargas adota inúmeras medidas para o país crescer. Para tanto cria o BNDE (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico), com o objetivo de aplicar os recursos públicos na pequena e média empresa.
Entre 1952 e 1953, descobrem-se às primeiras reservas de petróleo no Brasil, os americanos tentam se apoderar dessa fonte de riqueza, mas a campanha pelo petróleo é nosso, ganha força e Vargas funda a Petrobrás. Desagrada os americanos, que iniciam então uma campanha para derrubá-lo do poder.
O ano de 1953, é marcado por forte oposição da UDN (União Democrática Nacional), partido ultraconservador, que apóia os interesses americanos no Brasil, ao governo Vargas. Além disso, a oposição acusa Vargas de dar grande apoio à classe trabalhadora, o que faz crescer a influencia do PCB no campo trabalhista. O principal opositor é o jornalista Carlos Lacerda, que sofre um atentado em Copacabana. Todas as evidências do atentado recaem sobre Getúlio Vargas Não vendo outra alternativa,Vargas suicida-se em 24 de agosto de 1954.

1954/1956- Café Filho: vice de Getúlio teve grandes problemas para governar, inclusive de saúde, afastando-se inúmeras vezes do cargo, sendo substituído pelo pres. da Câmara. Em 1956, respeitando a Constituição é realizada nova eleição.

1956/1960- Juscelino Kubitschek: JK chega ao poder depois do frágil governo de café Filho, as forças da UDN tentaram um golpe para impedir a posse de JK, mas  o gen. Henrique Lott, ocupou a cidade com tanques de guerra garantindo a posse do presidente eleito.
O governo JK é marcado pelo Plano de Metas, que acelerou a industrialização no Brasil, mas também entregou abertamente a economia ao capital estrangeiro. JK é o autêntico populista. No seu Plano de Metas está incluído setores de energia e transporte, porém no campo nenhuma alteração, a situação é de penúria com os grandes latifundiários dando as cartas. As Ligas camponesas continuam sua luta pela reforma agrária.
A marca do governo JK é a construção da cidade de Brasília, a nova capital federal.

1960/1961- Jânio Quadros: Jânio chega à presidência  com a campanha da vassoura, que visava limpar toda a corrupção do país. Porém, Jânio se aproxima da URSS, e de Cuba, que tinha se tornado socialista em 1959, após a revolução liderada por Fidel Castro e Che Guevara. Guevara é condecorado com a medalha  Ordem do Cruzeiro do Sul, e João Goulart, seu vice, é enviado à China, também comunista, em missão diplomática. Nada disso agradava aos americanos, estávamos em plena guerra fria.
Na política interna, desvalorizou a moeda e congelou salários para conter a inflação.
Com forte oposição no Congresso, Jânio renunciou, sete meses após as eleições.

1961/1964- João Goulart: Goulart estava na China, quando Jânio renunciou. Numa manobra da UDN em conjunto com as forças Armadas, tentaram impedir a volta do vice ao país e sua subida ao poder. No Rio Grande do Sul, Leonel Brizola, governador do estado e as tropas do Terceiro Exército ameaçou resistir caso  a constituição não fosse respeitada. Desta forma João Goulart pode voltar ao país e assumir a presidência. Porém, o Congresso aprovou a emenda que transformava o país em Parlamentarista.
A idéia não vingou e em 1963, um plebiscito trouxe de volta o presidencialismo ao Brasil.
Jango, não consegue a confiança nem das elites e nem do povo, seu governo é frágil, além de não realizar a tão sonhada reforma de base.
As reformas de base era um conjunto de mudanças que Jango queria impor ao Brasil, tais como: nacionalização de empresas, reforma agrária, reforma na educação, voto aos analfabetos e militares de baixa patente e imposto progressivo sobre a renda. Essas reformas abalariam o poder das elites e nada interessavam aos norte americanos.
No dia 13 de março de 1964, Jango realizou um comício na Central do Brasil, aonde prometeu realizar tais mudanças, em 19 de março, as forças reacionárias promoveram a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Estava lançada as bases para o golpe militar.
Em 31 de março, apoiado pela CIA, o Exército toma a capital do país, depondo o presidente João Goulart, prendendo todos os membros do governo. Estava iniciada a Ditadura Militar no Brasil.





Chegada da família Real e Processo de independência do Brasil/2 ano

A CHEGADA DA FAMÍLIA REAL AO BRASIL

Como vimos Napoleão Bonaparte ocupou vários países da Europa, e Portugal não foi poupando pelas tropas napoleônicas.
Em 1806, com a decretação do Bloqueio Continental, todos os países europeus,estavam proibidos  de comercializar com a Inglaterra sob o risco de serem invadidos pelas tropas francesas.
Portugal estava comprometido com a Inglaterra através do Tratado de Methuen, e não podia respeitar o Bloqueio. Assim, Portugal foi invadido por Napoleão e D. João VI, auxiliado pela Inglaterra foge para o Brasil.

Abertura dos Portos

A chegada da Família Real trouxe para o Brasil um novo status: o de vice-reino de Portugal e Algarves. A primeira medida tomada pelo príncipe regente foi à abertura dos portos às nações amigas (Inglaterra), como isso à colônia passou a comercializar livremente com os ingleses afrouxando assim o Pacto Colonial. Porém, com as tarifas mais baixas, os ingleses inundaram a colônia com seus produtos, atrasando ainda mais o processo industrial brasileiro.

Outras Medidas tomadas por D. João foram:
·        Fundação do Banco do Brasil;
·        Criação do Jardim Botânico;
·        Criação da imprensa régia;
·        Autorização para a impressão de livros, jornais na corte, até então proibidas;
·        Missão artística encabeçada por Debret;
·        Abertura de escolas e universidades;
·        Confisco de muitas casas e expulsão dos proprietários para a acomodação da corte;
·        Racionamento de alimentos por parte da população para alimentar melhor a corte.




As Rebeliões do Período

Revolução Pernambucana 1817

Descontentes com a atenção da Corte apenas para o Rio de Janeiro, em 1817 eclode a Revolução Pernambucana. Esta visava à separação do Brasil de Portugal e a implantação da República nos moldes norte-americano, ou seja, um estado liberal.
O movimento contou com a participação maciça da população, mas foi sufocado em 74 dias. Seus principais líderes foram executados.

Revolução Liberal do Porto 1820

Após a expulsão dos franceses do território português, e com o rei no Brasil, Portugal estava sem liderança política, o que foi um prato cheio para os liberais, que desejavam acabar com o absolutismo.
Os revoltosos queriam uma monarquia parlamentar e exigiam a re-colonização do Brasil, e é claro à volta do rei ao país. Sem mais motivos para continuar por aqui, e temendo perdera coroa, D. João VI retorna a Portugal, deixando aqui seu filho, o príncipe regente D.Pedro.


A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Após a volta de D. João VI para Lisboa, D. Pedro assuma as rédeas da colônia. Por sua vez a aristocracia rural e os comerciantes temendo perder sua liberdade de comércio, começam a pressionar D. Pedro a romper com Portugal.

Dia do Fico

Os liberais portugueses não admitem perder seus lucros com o fim do Pacto Colonial e passam a pressionar D. Pedro a voltar para Portugal. Entretanto, D. Pedro tinha planos de ficar e se tornar o novo imperador do Brasil. Assim, em 09 de janeiro de 1822, sob forte pressão popular D. Pedro se recusa a voltar a Portugal. É o famoso Dia do Fico.


Sete de Setembro

No final de agosto de 1822, D. Pedro viaja para São Paulo, nas margens do rio Ipiranga, recebe uma carta vinda de Portugal exigindo sua volta imediata ao país, sob risco das tropas portuguesas de invadirem o Brasil, e criando novas normas a serem adotadas pela colônia. D. Pedro não aceita e proclama a independência do Brasil.
A guerra de independência brasileira,é bem mais curta do que da América espanhola. O imperador sendo português e com a mediação da Inglaterra o processo de transição foi bem mais fácil.

A construção da nação brasileira, veio através do império, o que evitou que o  país se esfacelasse em vários territórios como aconteceu com a América espanhola. Mas a nação brasileira nasce comprometida até os ossos com o capital inglês, e dele será dependente até o final da Segunda Guerra Mundial.

Processo de independência da America espanhola/2 ano

PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA DA AMÉRICA ESPANHOLA

Como já vimos, as colônias européias na América, sofriam com o rígido pacto colonial e com o mercantilismo. Na medida em que o absolutismo vai perdendo terreno para o capitalismo, esse modelo ficará desgastado e com a ajuda das crises promovidas por Napoleão e a necessidade da Inglaterra buscar mais mercados consumidores para seus produtos, essas colônias serão induzidas a se libertarem de suas metrópoles.

A Luta Pela Independência da América Espanhola

Como vimos à sociedade colonial latino americana era formada por três classes sociais:
Chapetones: cidadãos nascidos na Espanha, que detinham as melhores terras e os postos políticos.
Crioullos: descendentes de espanhóis nascidos na América tinham terras, mas não tinham poder político.
Mestiços: índios e negros, normalmente escravos, não tinham nem terras e nem poder político.
Quando Napoleão derrubou o rei espanhol e colocou no trono da Espanha, seu irmão José, foi o momento para as colônias começarem a se separar.
Com a Espanha enfraquecida, lutando internamente para reaver seu trono, os crioullos iniciaram a luta pela independência.

·        1810- independência da Argentina – Simon Bolívar.
·        1817- independência do Chile- Bernando O’Higgins.
·        1821-independência do México – Augustin Itúrbie
·        1821-independência do Peru-San Martín.
·        1824 -independência da Venezuela e Colômbia- Simon Bolívar
·        1824-independência do Peru e Bolívia –Simon Bolívar e San Martin

Na verdade todo esse processo não levou a América espanhola a uma independência econômica, pois para cada novo país que ia surgindo, os problemas eram os mesmos:  compromisso econômico coma Inglaterra, grandes porções de terra nas mãos de poucos e uma massa enorme da população na miséria.

Colonização portuguesa no Brasil/1 ano

A COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NA AMÉRICA

As terras brasileiras despertaram pouco interesse nos portugueses por dois motivos: não havia metais preciosos na parte que cabia a Portugal pelo Tratado de Tordesilhas e o comércio com as Índias era muito lucrativo. Por esses dois motivos o Brasil ficou meio abandonado até 1530.

Período pré-colonial 1500-1530

Neste período os portugueses não ocuparam efetivamente o território, apenas algumas expedições exploradoras e de guarda passavam por aqui. Neste momento a relação com os índios é tranqüila, pois só havia  o tronco do pau-brasil a ser explorado.

Início da Colonização

A partir de 1530, o comércio com as Índias  começou a decair, pois  retiravam  as especiarias e não as replantavam, o que gerou declino na  produção. Por outro lado havia ameaça real de invasão das terras brasileiras por franceses  e holandesas.
Por conta desses fatores a Coroa portuguesa resolveu ocupar efetivamente o Brasil, com a clara intenção de povoá-lo mais sem gastar muito dinheiro.  O produto escolhido foi o açúcar, pois tinha muita aceitação na Europa,  o solo e clima brasileiro eram propícios ao produto  e Portugal já dominava a  técnica implantada na Ilha da Madeira. Por esses  motivos o açúcar foi escolhido.
A forma de ocupação se deu através das Capitanias Hereditárias.

As Capitanias Hereditárias

Para atrair  colonos, o governo português passou a doar as terras no Brasil, porém o colono arcaria com todos os custos para transformar um espaço de floresta, cheia de índios em um lugar descente de se viver. Ao colono caberia a limpeza do terreno, a edificação do engenho, a construção de fortes para combater os estrangeiros e lidar com o aculturamento dos índios. Os documentos de entrega da terra eram:  a carta de doação, que  oficializava a posse hereditária da terra e o foral, que fixava os impostos a serem pagos pelos donatários. A tentativa fracassou, pois nenhum nobre quis sair de  Portugal para se enfiar nesse fim de mundo, somente duas capitanias deram certo: a de São Vicente e Pernambuco, ambas de Martim Afonso de Souza.

O Governo Geral
Como não deu certo a história de Capitanias Hereditárias,  a Coroa portuguesa teve que lançar mão de um governo e exército permanente por aqui, e a instituição utilizada será a dos Governadores gerais, que vão governar com a ajuda do Capitão mor(Exército), Provedor mor(impostos) e Ouvidor mor(justiça)

Os principais governadores são:
Tomé de Souza 1549-53
Duarte da Costa 1533-58
Mem de Sá 1558-72
·        Impulsionou a cultura açucareira.
·        Introduziu a Pecuária.
·        Trouxe funcionários públicos, militares, jesuítas, missionários e colonos.
·        Incentiva a entrada de negros vindo d’África para trabalhar na lavoura.
·        Entra em choque com os jesuítas, pois era claramente favorável a escravização indígena, mesmo contra a vontade do rei.
·        Sofreu ataques sistemáticos dos índios e a aliança dos Tamoios e Caetés aos franceses.
·        Sofre a invasão dos franceses, que aliados dos Tamoios e Caetés se fixam na Baía de Guanabara, e fundam a França Antártica.
·        Trouxe novo impulso  à colonização.
·        Restabeleceu a autoridade real na Colônia.
·        Perseguiu e dizimou os Tamoios e Caetés.
·        Expulsou os franceses da Baía de Guanabara.
·        Fundou a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, em 1 de março de 1565.



A economia açucareira

O  açúcar da cana era desconhecido na Europa, até então usava-se a casca da batata doce e da beterraba para adoçar, por isso o açúcar  foi um grande sucesso na Europa, e se transformará  numa mercadoria bastante cara, servindo até mesmo de dote para casamentos.
Portugal detinha o monopólio da venda do produto, mas não dominava a técnica de refino dependia dos holandeses para isso, e, portanto, era sujeito aos preços impostos pelos holandeses, o que encarecia ainda mais o produto no mercado europeu

O Engenho

A unidade de produção do açúcar era o engenho, e este por sua vez será a forma de organização social do período que se chamou Ciclo do Açúcar.
O engenho se dividia em:
·        Lavoura: terras aonde se plantava a cana de açúcar.
·        Engenho: onde se instalava a moenda, retirando o caldo, que era aquecido até se transformar em melado, e depois transformado em  barras para serem levados para Holanda a fim de ser refinado. No engenho se produzia também a cachaça e o mel  de uso doméstico.
·        Casa Grande: habitação de construção rústica  aonde moravam o senhor  sua família e alguns agregados.
·        Senzala: local  insalubre aonde era confinado os escravos. Não havia nenhum conforto, higiene ou privacidade.

A Sociedade Açucareira

Fortemente hierarquizada, estava centralizada na figura masculina, aos homens brancos era dado todo poder de vida  ou morte a todos a sua volta.
·        Senhor: dono do engenho era o líder e detinha o poder sobre a esposa, filhos, empregados e escravos.
·        Senhora:  esposa subjugada ao marido tinha como tarefa cuidar da casa e dos filhos, muitas vezes analfabeta e extremamente cruel com os escravos.
·        Filhos: educados de forma  severa, obedeciam aos pais e não tinham vontade própria. Os rapazes adquiriam espaço quando  se tornavam adultos, as moças casavam-se com os pretendentes arranjados pela família e repetiam o destino das mães.
·        Homens brancos pobres: na maioria das vezes eram  os capatazes com a incumbência de cuidar da escravaria. Muitas vezes  arrogantes e ignorantes infernizavam a vida dos escravos. Alguns eram tropeiros que traziam e levavam mercadorias para os engenhos.
·        Escravos: não tinham direito a nada nem mesmo a vida, não eram considerados seres humanos, podiam ser vendidos, trocados, ameaçados e punidos por qualquer coisa. Muitos sofreram castigos corporais que os levavam a morte.

A Escravidão Africana

A mão de obra utilizada na lavoura açucareira foi à africana, pois estava perfeitamente adequada a necessidade política do mercantilismo, proporcionando grandes lucros aos  traficantes. O trabalho escravo indígena não gerava a renda para o setor mercantil, pois o elemento indígena estava na terra, não havendo assim, necessidade de transportá-lo. O lucro tanto para Portugal como para os comerciantes estava justamente neste transporte.
O tráfico de escravos para a colônia  crescia na mesma medida que se expandia a cultura da cana-de-açúcar. O Porto de Luanda, em Angola, se tornou o mais importante ponto de embarque de negros neste período. Por este porto estima-se ter passado pelo menos 1 milhão de escravos entre 1549 a 1680.
A viagem nos navios negreiros  eram um episodio a parte, pois os porões eram entulhados de  escravos, que mal podiam respirar, sem nenhuma higiene e má alimentação, mais da metade morria na travessia.
Quando chegavam aos portos do Rio de Janeiro, Salvador e Recife eram expostos como mercadorias,  e ao serem vendidos separavam pais  de filhos, esposas de maridos.
Expostos a todo tido de violência física, os africanos também sofreram  uma profunda violência cultural, pois eram proibidos de usarem seus dialetos e processarem suas crenças. Como forma de resistência à dominação, os  africanos criaram o sincretismo religioso.
Este mecanismo visava usar as imagens dos santos católicos, impostos pelos brancos, e associá-lo a um orixá africano. Desta forma podiam continuar processando sua religião.

Violência e Resistência

Uma das formas de resistência à escravidão eram as fugas. Os negros podiam fugir sozinhos ou em grupos. Quando saíam em grupos, a tendência era formar quilombos. Os quilombos eram aldeias, localizadas em terrenos de difícil acesso, aonde era reconstruído a forma de viva na África.
Outra forma bastante usada era o suicídio como forma de protesto, já que esta prática causava prejuízo ao senhor. Havia também ataques aos feitores, o mais comum era  oriundo da capoeira, forma de luta trazida pelos africanos que podia causar a morte.


Atividades Complementares na empresa açucareira

Não era permitido ao colono plantar outros produtos no engenho além da cana, dentro da lógica do Pacto Colonial, aonde a colônia só pode produzir e comercializar o que a metrópole determinar. Por esse motivo a colônia  passava fome crônica. Os colonos deveriam comprar tudo que necessitassem dos navios portugueses da Cia das Índias. Normalmente os produtos eram caros e escassos. Porém, pela força da necessidade, nos engenhos havia pequenas plantações para subsistência, planta-se: milho, feijão, arroz, hortaliça e alguns legumes, havia também animais de terreiro tais como: galinhas e porcos. Algumas vacas para o abastecimento de leite e queijo, os bois e cavalos usados como animais de transporte .
A pecuária só será efetivamente  difundida quando o açúcar entrar em decadência.

O Avanço para o interior da Colônia

A partir de 1580, Portugal por questões sucessórias se unirá à Espanha, formando assim a União Ibérica.  Com essa união o Tratado de Tordesilhas perderá seu valor, já que  tecnicamente não havia mais divisão entre as duas nações, com isso o avanço para o interior da colônia se fará de forma bem mais fácil.
Duas formas bastantes  complexas vão facilitar esse avanço.
·        Pecuária: com o declínio da plantação de açúcar, a pecuária começará a se despontar, principalmente no interior da colônia, já que o gado necessitava de espaço para pastagem. Esse tipo de atividade só podia ser feito por homens livres, que com o tempo vão se tornando proprietários de terras.
·        Bandeirismo: a necessidade de buscar metais preciosos nunca abandonou os colonos, e no decorrer do  ciclo do açúcar, algumas expedições, que partiam principalmente  da capitania de São Paulo,aonde nem o solo e nem o clima ajudavam na implantação de engenhos.
As expedições podiam ser organizadas de duas formas:
Entradas: expedições financiadas pelo governo para busca de metais, como não houve sucesso imediato, esses financiamentos foram cancelados pelo governo.
Bandeiras: expedições organizadas e financiadas por particulares, não buscavam apenas metais preciosos, mas também o apressamento indígena, já que essa mão de obra era mais barata que a africana. De contrato, que mediante a um contrato com fazendeiros ou governantes, procuravam negros e índios fugidos e destruíam quilombos.
O bandeirismo foi responsável pelo massacre de nações inteiras de indígenas, além de entrarem em choque com os jesuítas, pois atavam as missões na busca por índios aculturados.