A partir de 1750, iniciou-se na Europa um grande processo de
transformação social e econômico. Este processo trouxe novas formas de relação
de trabalho e no processo produtivo. Foi responsável pelo surgimento das ideias
iluminista e da chegada efetiva da burguesia ao poder. Esse conjuntos de
transformações ficou conhecido como Revolução
Industrial.
Os Avanços Tecnológicos e Industrialização
A Revolução Industrial é o conjunto de transformações que
alteraram a vida da Europa Ocidental durante toda metade do Século XVIII e XIX.
Essa transformação está ligada diretamente à substituição do
trabalho artesanal, que utilizava ferramentas, pelo trabalho assalariado, que
utiliza máquinas.
O Desenvolvimento da Produção
O crescimento da produtividade econômica, durante a Idade Média,
desenvolveu-se principalmente através do aperfeiçoamento da organização da
produção e pelo avanço técnico. Essa transformação ocorreu em três fases
distintas:
1º fase:
Produção Artesanal 1750-1850
A princípio a produção era artesanal, dentro das Corporações de
Ofício. Neste estágio, o produtor exercia pleno controle da produção, não
havendo divisão do trabalho entre as pessoas. As oficinas eram prioritariamente
familiares, e o artesão passava seus conhecimentos de pai para filho. O artesão
também era dono das ferramentas, da matéria prima, do produto e controlava o
lucro.
2º fase:
Produção Manufatureira ou Maquinicista 1850- 1900
Neste estágio o artesão é engolido pelas grandes oficinas, que
possuem máquinas rudimentares, movidas a carvão, essas oficinas dispunham de um
grande número de trabalhadores e ferramentas, que seguiam as orientações dos gerentes
de produção. Foi nesse estágio que se inaugurou a divisão do trabalho
produtivo. Cada operário realizava uma etapa no processo produtivo.
* Modelo fordista → criado por Henry Ford em 1870, dividia o
trabalho na montagem dos carros em várias etapas, aonde o trabalhador perdia o
controle do que foi produzido e do lucro gerado. Esse modelo de produção
vigorará até a Segunda Guerra Mundial.
3º fase:
Produção Mecanizada - Informatizada 1900/1980 até os dias atuais
Neste estágio da produção, a mão de obra humana vai sendo
gradativamente substituída pela máquina, e após a Segunda Guerra, pelos
computadores, o que ao longo do tempo vai gerar um vácuo no mercado de
trabalho, e principalmente necessitará de mão de obra com altíssima
qualificação.
*Modelo toiotista→ criado no Japão do pós guerra, nesse modelo
um único trabalhador será capaz de dar conta de várias etapas da produção.
Nesse modelo há uma real diminuição da mão de obra humana.
Pioneirismo Inglês
A Inglaterra será o berço da industrialização, um conjunto de
fatores explica esse fenômeno.
·
Modelo
de absolutismo: Desde o governo de Elizabeth I, a Inglaterra não utilizava o
mercantilismo puro e simples. A rainha incentivava novas descobertas
tecnológicas e dava espaço para a burguesia crescer.
·
Acúmulo
de capitais: no plano econômico, a Inglaterra possuía uma importante zona de
livre comércio, o governo Crowmeel alagou esse espaço, ao cercar os campos na
Irlanda, Escócia e País de Gales. A burguesia fortaleceu e ampliou seus
domínios, e é criado um sistema bancário por volta de 1640.
·
Controle
de capitais no campo: com a burguesia controlando os campos dos países
dominados pela Unificação Britânica, foi fácil desenvolver mecanismos agrícolas
e os centros urbanos ganharam mais
espaço industrial.
·
Crescimento
populacional: com os avanços tecnológicos, a mortalidade caiu, com isso
teremos, mas mão de obra disponível para as fábricas.
·
Posição
geográfica: a Inglaterra está localizada à margem da Europa Ocidental, com
acesso rápido tanto pelo mar Mediterrâneo quanto pelo Oceano Atlântico, o que
facilitava o escoamento da produção.
·
Jazidas
de carvão: A Inglaterra também possuía grande minas de carvão, matriz
energética da época, o que garantia uma produção continua nas fábricas.
Capitalismo, Progresso e Exploração
A partir da Revolução Industrial, o capitalismo se estabeleceu
como principal modelo de produção europeu, a economia transformou-se,
tendo a indústria como atividade
econômica principal. Porém essas indústrias competiam entre elas o que podia
gerar os trustes e monopólios.
*Trustes → associação financeira que realiza a fusão de várias
empresas em uma só.
* Monopólios→ quando um determinado serviço é oferecido por uma
única empresa, o que gera dependência do
consumidor e nem sempre um melhor serviço.
Relação Capital X Trabalho
A partir da Revolução Industrial, o setor mais importante da
burguesia passou a ser denominado capitalista. Para desenvolver seus
interesses, esta classe passou a lutar pelo liberalismo econômico, ampliação de
mercados consumidores e mão de obra.
As relações sociais despontam agora para duas classes sociais: a
dos que capitalistas, que precisam explorar o trabalho para ter lucro; e a dos
trabalhadores explorados pelo
capitalista,tornando-se proletários.
Nesse aspecto, os trabalhadores são os que mais sofrem a
exploração dos patrões, pois necessitam vender sua força de trabalho, e como
não possuem os meios de produção acabam trabalhando até 18 h diárias sem nenhum
direito trabalhista.
As Lutas dos Explorados
Na Inglaterra, país mais industrializado do século XIX, com um
número enorme de operários, será também o primeiro a sofrer as reações da classe trabalhadora.
A máquina que ao mesmo tempo aumenta o lucro do patrão,causava
desemprego, e foi neste sentido que vieram as primeiras resistências.
·
Ludismo:
Ned Ludd, operário que perdeu o emprego por conta das máquinas, iniciou em um ataque feroz, destruindo uma oficina têxtil. Não tardou para que em
outras fábricas os trabalhadores partissem para a prática de destruir as máquinas,
aterrorizando os burgueses. Esse movimento se chamou ludismo.
·
Cartismo:
em 1836, foi fundada “Associação dos Operários”, sua principal batalha era o
voto sufrágio universal, em 1837, esta associação redigiu e enviou uma carta ao
Parlamento exigindo não só o direito de voto a todos os cidadãos, mas também,
igualdade nos distritos eleitorais e o voto secreto. Dentro deste movimento
havia duas correntes opostas: a força
moral, que pregava a luta por meios pacíficos; e a força física, que pregava a luta pelos direitos dos
trabalhadores por meio de armas.
Esse movimento obteve grandes vitórias,
tais como: proibição do trabalho infantil (1833); lei de imprensa (1836),
reforma no código penal (1837), regulamentação do trabalho feminino e infantil
(1842),e a lei da jornada de trabalho de
10 h (1847).
As Teorias Sócio Econômicas
Para justificar tal exploração, vários teóricos vão interpretar
a nova realidade social.
·
Do
lado capitalista teremos:
Adam Smith → considerado
o pai do Liberalismo Econômico, será o principal formulador da teoria do livre
comercio e da livre produção. Segundo Smith, o Estado não deveria controlar a
produção, apenas garantir a segurança e a ordem, deixando a propriedade privada
controlar a economia.
Malthos → sociólogo que criou tentou explicar a pobreza das massas, através
das leis naturais. Para ele, os pobres
tinham muitos filhos e por isso continuavam na miséria. Também será adepto do
liberalismo econômico e da saída do estado do controle da economia.
·
Do
lado socialista teremos:
San Simon→ operário francês, que elaborou o socialismo utópico,
pois não apontava claramente com uma forma de luta para destruir a exploração a
que os trabalhadores estavam submetidos. Pregava a extinção das diferenças
sociais, através da desobediência do trabalhador aos seus patrões e da boa
vontade dos ricos para com os pobres
Karl Marx→ principal
teórico socialista, pregava a luta das classes e a revolução proletária.
Marx foi o único a mostrar como o capitalismo se apropria do trabalho, através
da mais-valia.
*Mais Valia: trabalho realizado pelo empregado e não remunerado,
gerando um grande lucro ao capitalismo.