SEGUNDO REINADO – 1840/1889
D. Pedro II e a busca pela estabilidade
Não é a toa que o Segundo Império é permeado pela seguinte
máxima: “Nada mais Conservador do que um liberal no poder”.
D. Pedro II compôs seu gabinete com políticos liberais e
conservadores, na busca pelo equilíbrio alterna as duas frentes políticas no
poder. Neste compasso conseguirá governar com uma certa tranqüilidade.
Revolução Praieira – PE 1848/1850
Novamente Pernambuco volta à cena política com mais uma
tentativa de romper com o poder pré-estabelecido.
A Província, que foi grande produtora de açúcar no passado,
porém com o declínio do produto no mercado internacional, a elite agrária
pernambucana não consegue mais a atenção do governo para os seus interesses.
Em 1848, um grupo ligado aos produtores e a intelectuais, lançam
mais um ato de rebeldia. É a Revolução Praieira, que se inicia no Recife e se
estende pelo interior.
A revolta acaba saindo da mãos da elite e toma uma configuração
mais social, com boiadeiros, escravos, mestiços e artesões. A reivindicação
básica é a proclamação da República e o fim da escravidão. A elite abandona o
movimento, e as tropas leais ao imperador sufocam o movimento, com a ajuda da
Guarda Nacional.
Consolidação do Império
Sanada esta revolta, o país chega a década de 1850, na Europa
desponta a segunda revolução Industrial, é a vez das máquinas substituindo o
trabalho humano, e produzindo cada vez mais. A Inglaterra, principal país
industrializado continua exercendo poder nas decisões da política brasileira.
Por isso se faz necessário mudanças na política brasileira.
D.Pedro II, cria o Conselho de Ministros, é uma tentativa de
introduzir o parlamentarismo no Brasil. Porém, através de jogadas políticas, D.
Pedro II acaba controlando mais o poder do que seus ministros, já que é o
imperador quem os indica, aos invés de eleição. É o Parlamentarismo às avessas.
Café e o Futuro da Nação
O Brasil modernizava-se, mas não deixava de ser um país
tipicamente agrário. Na década de 1820, chega ao Brasil as primeira mudas de
café.
Nas décadas de 1830 a 1850, o oeste paulista é tomado pelo novo
produto e as safras batem todos os recordes. Em 1860, o Porto de Santos é o
mais movimentado na região para a exportação do produto.
Entre os anos de 1850- 1870, uma nova mentalidade começa a
surgir entre os cafeicultores, a do trabalho livre e assalariado.
O governo brasileiro faz campanhas para atrair imigrantes
europeus para o trabalho nas fazendas, através da Sociedade Auxiliadora de
Colonização e Imigração.
É por conta do café, que os ingleses começam a investir pesado
na construção de ferrovias no Oeste paulista, para auxiliar no escoamento da
produção.
O Alvorecer da Industrialização
Por imposição da Inglaterra, que não via mais interesse em
manter a escravidão, em 1850 é editada a Lei
Euzébio de Queiroz, proibindo o tráfico a entrada de escravos vindo
d’África. O sucesso da expansão do café e a liberação de enormes somas de
capital, vindas do tráfico negreiro iriam impulsionar a indústria.
Em 1844, uma alteração alfandegária estabeleceu alíquotas de
imposto que tentavam proteger a
industrialização brasileira. É a Tarifa
Alves Branco. Essa duas medidas vão ajudar o Brasil a entrar na era da
industrialização, com efeito, entre 1850-1870, o Brasil irá conhecer um grande
avanço tecnológico nos setores de navegação, iluminação, serviços de transporte
e outros.
A Guerra do Paraguai (1865-1870), estimulou a indústria naval
brasileira, e a Guerra de Secessão (E.U.A 1861-1865), estimularam a produção de
algodão e a indústria têxtil.
Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, soube aproveitar
bem esse momento econômico, trazendo para o país um progresso nunca visto.
Porém ao final da Guerra do Paraguai, a tarifa Alves Branco deixa de existir, e
Mauá não consegue concorrer com a
Inglaterra. A maioria de suas empresas faliu ou são compradas por ingleses.
Guerra do Paraguai 1865- 1870
O Paraguai ao se independer da Espanha, torna-se um país
altamente industrializado, não dependendo de outros países para obter matéria
prima. O ditador Solano Lopes expandiu as indústrias de ferro e têxtil,
tornando-se o maior concorrente direto da Inglaterra na América do Sul. Porém o
Paraguai não tinha saída para o mar, o que dificultava o escoamento da sua
produção.
Em maio de 1865, insuflados pela Inglaterra, o Brasil, a
Argentina e o Uruguai declaram guerra ao Paraguai, pois Solano Lopes havia
invadido parte do território dos três paises.
A Guerra do Paraguai foi um genocídio, pois ao final do conflito
70% da população paraguaia tinha sido morta, tanto por batalhas quanto por
doença como o cólera, disseminada no meio da população civil pelo então chefe
militar brasileiro, Duque de Caxias.
Brasil, Argentina e Uruguai saíram vitoriosos da guerra, porém
totalmente endividados com a Inglaterra, e esta acabou com a concorrência dos
países sul americanos na corrida pela industrialização
Guerra de Secessão – E.U.A 1861-1865
O norte e o sul dos Estados Unidos tinha configurações sociais e
econômicas bastantes distintas. No sul a colonização foi de exploração, com
grandes latifúndios produzindo algodão para dar suporte as indústrias inglesas
e o uso abundante da mão de obra negra.
Já o norte, por não ter atrativos comerciais para os ingleses,
acabou se tornando colônia de povoamento, aonde os colonos tinham mais
liberdade na produção. Com isso o norte se industrializou e o sul não.
Após 1850, já não cabia mais manter escravos, pois a ordem
capitalista necessita de mão de obra assalariada.
No ano de 1860, chega ao poder o Democrata Abraão Lincoln.
Claramente abolicionista, Lincoln decreta o fim do trabalho compulsório no
país.
O sul reage e declara a separação do norte, formando assim um
outro país. O presidente não aceita tal rebeldia, e é declarada guerra contra o sul.
Norte industrializado levou a melhor na guerra, derrotado os
estados do sul tiveram que acatar o fim da escravidão, porém isso não impediu
que o racismo e a segregação racial continuasse a existir até o final dos anos
de 1960.
A Escravidão e o Segundo Império
Desde dos tempos do Iluminismo, a escravidão africana vinha
sendo questionada por aqui. A Conjuração Baiana e com exceção da Farroupilha,
todos os levantes populares apontavam para o fim da escravidão.
Porém, as elites agrárias sempre acabavam impondo sua vontade de
não dar liberdade aos negros, havia também um forte preconceito aos africanos,
e nas cidades, por conta de não saberem ler eram sempre rejeitados como mão de
obra.
A partir de 1850, por pressão dos ingleses ficou proibida a
entrada de novos africanos no território brasileiro, e a partir de 1860 um
forte movimento, oriundo dos liberais e intelectuais, apontava para a
desumanidade da instituição escravista.
Entre 1860-1880, clubes abolicionistas passaram a comprar
escravos e alforriá-los, ajudavam negros fugidos e promoviam fugas em massas na
senzalas.
A Lei Áurea não minimizou os problemas gerados pela escravidão,
pois os negros foram abandonados a sua sorte, já que não receberam terras para
se fixarem, no que melhor sabiam fazer, agricultura. Não receberam indenização
para recomeçarem a vida. Portanto, a Lei
Áurea tirou o negro da Senzala e o jogou nas favelas.
Fim do Império: A Queda de D. Pedro II
Após a Guerra do Paraguai, muita coisa mudou no Brasil. A nossa
indústria entrou em decadência, a agricultura vivia em crise e a dívida com a
Inglaterra triplicou, assim o imperador vê ruir os pilares que lhe davam
sustentação.
Questão Militar
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Questão Religiosa
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Questão Abolicionista
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Após a vitória na Guerra do Paraguai, o Exército passou a
exigir mais atenção do imperador, pois sendo uma força que agregava muitos
pobres e negros, não recebiam a mesma atenção da Marinha.
Como o Imperador não se posicionou, iniciou-se dentro do
Exército uma nova lógica: o Positivismo.
A partir daí um grupo passou a questionar o imperador, e
retirou o apoio ao seu governo.
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A Igreja Católica estava ligada ao governo imperial. Vigorava
o sistema do padroado, pelo qual os padres eram funcionários do governo. A
crise inicia-se, quando o papa Pio XI editou a Bula Syllabus, que condenava a
participação de católicos na maçonaria. Os bispos de Recife e Olinda
expulsaram alguns maçons de suas paróquias.
O imperador, que também era maçom, condenou a atitude dos
bispos.
Foi o suficiente para a Igreja retirar o apoio ao imperador.
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Estava cada vez mais complicado manter a escravidão no país. O
mundo inteiro já havia rompido com essa forma de trabalho, e a pressão
inglesa cada vez mais forte, obrigou a princesa Isabel a assinar a lei que
poria fim a esse tipo de exploração.
Os fazendeiros se sentiram traídos pelo imperador e passaram a
apoiar o movimento republicano.
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Sem os pilares que o sustentavam no poder, D.Pedro II sofre um
golpe de estado aplicado pelo Exército, em 15 de novembro de 1889, era o fim de
49 anos de poder.
A república não trouxe avanços significativos para o país, que
continuou agrário, latifundiário, monocultor. Nada mudará também na vida dos
pobres, pos continuaram a viver na mesma miséria de sempre.
Exercícios:
1.
Explique
a máxima: “Nada mais Conservador do que um Liberal no poder”.
2.
Por
que a Inglaterra era tão favorável ao fim da escravidão?
3.
Que
elementos vão gerar a Guerra do Paraguai?
4.
Que
diferenças havia entre as regiões sul e norte dos E.U.A,que geraram a Guerra de
Secessão?
5.
Identifique
a Tarifa Alves Branco e a Lei Euzébio de Queiroz, e onde essas duas medidas vão
auxiliar a industrialização do Brasil.
6.
Que
elementos vão colocar fim a monarquia no Brasil?