quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A Ditadura Militar- 1964/1985- T.3001 e 3002

BRASIL: O GOLPE MILITAR DE 1964

Como já vimos anteriormente, o governo de João Goulart era frágil, pois não contava com o apoio das elites e nem da confiança das massas populares. O momento histórico também não era dos mais favoráveis, pois com a CIA infiltrada em todos os governos da América Latina, faltava liberdade de ação.
É neste contexto, que após o Ato Político de 13/03, na Central do Brasil, aonde o presidente afirmava o compromisso com as reformas de base, e a resposta da ala conservadora com a Marcha com Deus pela Família, Jango é derrubado pelos militares com claro apoio da CIA, em 31 de março de 1964, as tropas do I Exército em MG, organiza e entra no Rio de Janeiro, para depor o presidente. O III Exército no RS, tenta reação, mas o presidente deixa o cargo para que não ocorra uma guerra civil no país.

A Ditadura Envergonhada 1964-1967

Logo após o Golpe, a Constituição é ignorada e o país passa a ser governado por Atos Institucionais, os Ais.
1964: é editado o AI nº1,  fecha o Congresso, cassa os direitos políticos de JK, Jânio Quadros, todos os senadores e deputados e João Goulart é exilado no Uruguai. Fecha grêmios estudantis, organizações camponesas e sindicatos.
 em abril o Congresso escolhe por eleição indireta, o  general Castelo Branco para presidente do país. Já está instituída prisões arbitrárias, tortura e censura aos meios de comunicação.
 1965: são realizadas eleições para governadores, a oposição ganha em quase todos os estados elegendo a maioria dos cargos. O governo reage editando o AI nº 2, que acabava com os partidos políticos, criando o bipartidarismo: MDB (Movimento Democrático Brasileiro – oposição) e a ARENA ( Aliança Renovadora Nacional – situação). Na prática são os partidos do sim, senhor e sim, sim, senhor.
 1966: o grupo de militares denominados “linha dura”, ganham mais espaço quando é editado o AI nº 3, que estabelece as eleições indiretas para presidente da república, governadores de estado e prefeitos. Castelo Branco endurece ainda mais ao editar o AI nº 4, que promulgou a Lei de Imprensa, a censura prévia e cria a Lei de Segurança Nacional, aonde caí o hábeas Corpus e qualquer pessoa poderia ser presa para “averiguações”.



1967: O Congresso é reaberto para que fosse promulgada a Constituição, neste ano novo presidente é escolhido, desta vez a “linha dura” chegava ao poder na figura de Costa e Silva. A oposição ao regime militar crescia, até mesmo antigos apoiadores do golpe em 64, passaram a criticar o regime autoritário dos militares, é criada a Frente Ampla que reúne todo tipo de gente, até mesmo Carlos Lacerda que tinha apoiado o golpe.

A Ditadura Escancarada: 1968-1977

O ano de 1968, é marcado por vários acontecimentos pelo mundo a fora, a esquerda vinha crescendo em muitos países.
Na França: o Partido Comunista Francês, numa aliança estudante-operário-camponês, marcaram presença por quase dois meses em Paris, com atritos severos entre os manifestantes e as forças aliadas de De Gaulle. Foi o famoso maio de 68 em Paris.
Na techeslováquia, a juventude se opunha à força bruta do Partido Comunista Russo, que impedia avanços na liberdade do país.
No Vietnã, a batalha de Tiev era ganha pelos vitecongues, mostrando que a supremacia americana não era nada, perto da criatividade e determinação de um povo.
Nos EUA, a guerra com o Vietnã, levava inúmeras passeatas quase que diárias contra a guerra. Os Panteras Negras, grupo marxista que lutava pelo fim da segregação racial, cresce cada dia. Martin Luter king, líder negro pacifista e Robert Kennedy, senador branco são assassinados pelos agentes da Cia. King por ser negro e liderar a campanha pelo fim da segregação e Kennedy por apoiá-lo.
As mulheres do mundo inteiro lutam por igualdade social, profissional e liberdade de expressão e escolha. Esse foi um ano que marcou muitas mudanças.
No Brasil, a resistência ao regime militar crescia de forma assustadora. Em março, estudantes protestam pela melhoria da comida servida no restaurante calabouço, bandejão da UFRJ, a polícia invade o local e o estudante secundarista, Edson Luis é morto. O enterro do rapaz foi acompanhado por mais de 50 mil pessoas. No dia da missa de 7º dia, a polícia invade a Igreja da Candelária, prendendo e batendo em todos que lá estavam.
Em junho, acontece a Passeata dos Cem Mil, com a presença de líderes políticos, intelectuais e artistas. O Rio de Janeiro estava neste movimento.
Em outubro, desafiando a ditadura a UNE (União Nacional dos Estudantes), proibida desde 64, organizou o seu 30º Congresso em Ibiúna (SP), em MG e SP, os trabalhadores fizeram uma grande greve com a participação de 25 mil operários. O Brasil se levantava contra o Golpe.
Diante de tanta organização , Costa e Silva edita o pior dos Ais, o AI nº 5, em 13 de dezembro de 1968.
O AI5, foi considerado o Golpe dentro do Golpe, pois por meio dele, o presidente fechou o Congresso, a justiça foi amordaçada, já que não havia hábeas corpus e muito menos julgamento para crimes políticos, a tortura foi institucionalizada causando inúmeras mortes e desaparecimentos de pessoas.
A juventude deixa de protestar pacificamente e vai para luta armada, assaltos a banco e seqüestros de personalidades estrangeiras, forçando os generais a negociar.
1969: Costa e Silva vem a falecer, subindo ao poder Ernesto Garrastazu Médici, também ligado a “linha dura”. Neste período o DOPS ( Departamento de Ordem Pública e Social) e o Doi-Codi (Departamento de Operações Internas e Centro de Operações de defesa Interna) prendem, torturam e matam qualquer pessoas que se opusesse ao regime militar.

O Milagre Econômico

Enquanto a ditadura matava os dissidentes, o governo maquiava a economia. Nos anos de 1967-1974, a inflação ficou controlada e o PIB cresceu. Na verdade, o que se fez foi aplicar recursos em obras públicas, muitas delas desnecessárias, tais como: a Transamazônica, seria uma via expressa, que ligaria o extremo norte do país ao Centro sul. Nunca foi concluída. A Hidrelétrica  de Itaipu, que gera energia para o Paraguai , a Ponte Costa e Silva(Rio Niterói) e a Construção da Via Dutra, ligando o Rio à SP. Essas  obras foram financiadas pelo capital estrangeiro, gerando uma imensa dívida externa.
A partir de 1973, o milagre vai virando pesadelo, pois com a crise do Petróleo no Oriente Médio, o milagre econômico brasileiro foi se transformando em pesadelo nacional, pois o país não conseguia arcar com os custos de suas obras faraônicas.

 Da Ditadura à Abertura: 1974-1979

1974: Nova eleição indireta elege o gen. Ernesto Geisel, este tinha um perfil diferente dos antecessores era autoritário e centralizador, porém fazia parte da ala moderada do exército.
Pretendia avançar na redemocratização do país, e o primeiro passo foram as eleições parlamentares diretas, aonde a oposição ganhou a maioria dos cargos.
1975: o diretor da TV Cultura, Wladimir Herzog é assassinado sob tortura e alguns meses depois o operário Manuel Fiel Filho tem o mesmo destino.
1976: eleições municipais deram ampla vitória a oposição, o governo reagiu utilizando mecanismos do AI5, fechou novamente o Congresso.
1977: é editado o Pacote de Abril, pelas normas regras, as eleições de senadores deveriam ser feitas pela Assembléia e não mais de forma direta. São os  senadores biônicos.
1978: é revogado o AI5, a partir de agora o Congresso não mais poderia ser fechado e não podiam prender pessoas sem provas concretas. Neste ano no ABC paulista estoura a  greve dos metalúrgicos, que não só paralisou o país como fez aparecer um novo líder político: Luís Inácio Lula da Silva.
Inicia a transição de abertura, lenta, gradual e segura.

Redemocratização: 1979-1985

1979: novo presidente eleito,ainda de forma indireta, o gen. João Baptista de Figueiredo conclui o processo de abertura concedendo a  anistia aos presos e exilados políticos. Retorna ao país  políticos e intelectuais expulsos pela ditadura, músicas peças teatrais e programas de tv sofrem menos cortes dos censores.
1980: inconformados com a abertura, a linha dura do exército  tenta prejudicar o retorno a democracia. Um atentado  frustrado a bomba no Riocentro, aonde ocorria um festival de música no feriado de 1º de maio. A bomba explodiu antes do tempo matando o militar que a carregava. E outro atentado a OAB(Ordem dos Advogados do Brasil) matou uma secretária.
1981/82/83: marcados por grande recessão econômica, desemprego, dívidas com o FMI e inflação galopante.
1984: Seria hora de novas eleições, nas grandes capitais inicia o movimento pelas diretas já, o deputado Dante de Oliveira enviou uma emenda ao Congresso que previa eleições livres em 1984. Grandes comícios ocorreram em todo país, mas a emenda foi derrotada no Congresso.





1985-1990: nova eleição, ainda pelo Colégio eleitoral reunia Paulo Maluf apoiado pelos militares e Tancredo Neves, apoiado pela esquerda. Tancredo vence as eleições, porém morre antes de assumir o governo.
Toma posse Jose Sarney, vice de Tancredo . Inicia-se a nova República.
Nos próximos cinco anos, o Brasil viverá sua pior crise econômica, greves pipocam no país inteiro. Sarney é um presidente frágil, pois não conta com o apoio dos militares e muito menos do  povo.
1989: ocorrem as primeira eleições livres desde 1960. Presidente, governadores e senadores disputavam a maior eleição realizada em 29 anos.
No segundo turno a disputa  entre Luis Inácio Lula da Silva e Fernando Collor de Mello, através de fraudes Collor é eleito presidente. Collor havia sido senador biônico por Alagoas, durante a ditadura.

Brasil  democrático 1990-2010

1990-1992: Fernando Collor protagoniza os maiores escândalos de corrupção já vistos no país. Recessão, desemprego,confisco de bens e salários marcam seu governo. Em 1992, um grande escândalo de corrupção leva o Congresso a  votar o impeachment do presidente.
1992-1994: Itamar fraco, vive de Collor leva o país até as próximas eleições. O min. Da fazenda Fernando Henrique Cardoso, lança o Plano Real em 1993, que congelava salários e tentava combater a inflação através da correção pela URV. Em 1994 é lançado o Real, que deveria ser uma moeda forte e equivaleria a um dólar.
1994-2002:Fernando Henrique Cardoso é eleito presidente da República no primeiro mandato 1994-98, é implantado o Real, a euforia da nova moeda dá a sensação de poder de compra, porém a inflação não esta controlada e sim maquiada.
1998-2002: segundo mandato de FHC, a inflação retorna com força total, neste período são privatizadas as ultimas empresas lucrativas do governo, tais como Vale do Rio Doce, Ligth e Setor telefônico. A dívida com o FMI aumenta em 100%.
2002-2006: novas eleições, levam em fim Luís Inácio Lula da Silva ao poder. Entre 2002-2006, seu governo  paga a dívida como FMI, porém é marcado com casos gritantes de corrupção.
2006-2010: segundo mandato de Lula é marcado por obras assistencialistas como PAC, projetos como Bolsa Escola e Cheque Cidadão. Não podemos afirmar que não houve crescimento econômico, porém não reduziu a miséria.
2010-2012: o PT continua no poder, com a eleição da Primeira mulher presidente no país: Dilma Roussef. Num governo que pouco se viu mudanças na ordem social e política do país. Manutenção dos projetos assistencialista e muita corrupção.





Primeiro Reinado-1822/1831- turmas de 2° ano

PRIMEIRO REINADO 1822-1831

Proclamada a independência o príncipe regente foi aclamado imperador do Brasil, passando a utilizar o título de D. Pedro II, restava agora a tarefa de organizar e administrar o país.

O Reconhecimento da Nova Nação

A independência do Brasil ocorreu sem muita participação popular, e o fato de ser uma monarquia com um rei português dificultou o reconhecimento do país pelos demais países da América.
A Argentina reconhece o Brasil em 1823, os E. U.A, em 1824 dentro da lógica da Doutrina Monroe, que pregada  o seguinte lema: “ A América é para os americanos.”O México em 1825, mesmo ano que com a intervenção da Inglaterra, Portugal aceita a independência do Brasil mediante ao pagamento  de uma indenização, paga pelos ingleses, trazendo mais endividamento  e menos autonomia ao Brasil.

A Constituição de 1824

A Assembléia Constituinte foi convocada em 1822, mas só começou os trabalhos em 1823. As divergências foram aflorando ao longo da elaboração da Constituição entre os monarquistas centralizadores, que desejavam mais poder ao imperador e os liberais, que queriam liberdade política e econômica. As principais reivindicações eram:
·        Anticolonialismo: o afastamento do Brasil de Portugal, para que não houvesse nenhuma chance de voltar o Pacto colonial.
·        Antiabsolutismo: diminuição do poder nas mãos do imperador para que os liberais tivessem mais espaço político.
·        Voto censitário: somente podia votar quem tivesse renda superior a 400 mil réis.
D. Pedro II não aceitou as normas impostas pela Constituição, e em 1824, fecha o Congresso e ele mesmo cria uma Constituição para o Brasil. Nela os poderes ficam assim divididos:
Imperador: Poder Moderador e Poder Executivo
Deputados e Senadores: Poder Legislativo
Juízes indicados pelo imperador: Poder Judiciário
As Rebeliões do Primeiro Império

A Confederação do Equador

As atitudes de D. Pedro II, não eram bem aceitas pelos liberais, e neste contexto a província de Pernambuco, que ainda não apagara a Revolução Pernambucana de 1817, levantou-se contra as medidas adotadas pelo imperador.
 Liderados pelo frei Caneca, religioso de grande aceitação popular, a Confederação do Equador recebe adesão de Alagoas, Rio Grande do Norte e Ceará, com o objetivo de proclamar a República e abolir a escravidão, essa revolta toma um corpo muito importante, e só é sufocada  em 1824, com a ajuda do mercenário inglês Lorde Cocharne. Muitas execuções são efetuadas, inclusive a do frei Caneca.

A Guerra da Cisplatina

A região da Cisplatina (hoje Uruguai), sempre foi objeto de desejo dos brasileiros, sendo anexado ao Rio Grande do Sul em 1820 por Portugal. Porém em 1825, a população, que tinha cultura Própria se livra da Espanha e não aceita ficar subjugada à D. Pedro. O imperador não aceita perder o território e manda tropas para lá. Porém interessava a Inglaterra que todas as regiões na América do Sul fossem livres, para que ela pudesse dominar economicamente. Sendo assim, a Inglaterra reconhece a independência do Uruguai e manda D. Pedro retirar a tropas do território. É uma derrota vergonhosa para o todo poderoso imperador.

Abdicação de D. Pedro I

Os problemas enfrentados pelo imperador são muitos.
No campo econômico: inflação alta por conta da dívida externa coma Inglaterra, agravada ainda mais com a derrota vergonhosa na Guerra da Cisplatina e do desfecho da Confederação do Equador.
No campo político: insatisfação popular com o uso indiscriminado do Poder Moderador, e da centralização do poder.
No campo social: grande pobreza da população em contraste com o luxo da corte, sem falar nos escândalos provocados pela presença de Domitila de Castro, a Marquesa de Santos, amante assumida de D. Pedro.
D. Pedro I, conseguiu desagradar todos os setores da sociedade. Os jornais caiam de pau em cima do imperador, e o assassinato do jornalista Líbero Badaró só pioraram ainda mais a situação do imperador. Em 1831, uma grande manifestação popular se transforma em pancadaria: é à noite das garrafadas, entre portugueses e brasileiros. Sem condição de continuar a frente do país, D. Pedro abdica ao trono em favor do filho D. Pedro de Alcântara, que  só tinha cinco anos.